Tony Oliveira e Jader Maretoli. Fotos: arquivo Diário
Coerência partidária não é exatamente a regra na vida política de Jader Maretoli. Foi do PTB, do PSL e candidatou-se a prefeito pelo Solidariedade (2016) e Republicanos (2020). Atualmente é o maior nome local do PSC, sigla pela qual concorreu a deputado federal.
Por outro lado, o vereador Tony Oliveira tem dois partidos na carreira. O PSL, através do qual se elegeu vereador, e o Podemos, o atual, para onde se mandou, quando a sigla de origem morreu abraçada ao DEM, para renascer União Brasil.
Afinidade ideológica é provável que tenham, embora não necessariamente os métodos de fazer política sejam iguais. Noves fora, porém, toda essa introdução, o fato é que as circunstâncias os estão a unir. Elas e a cláusula de barreira, que não foi cumprida justamente pelo PSC de Maretoli, agora incorporado pelo Podemos de Tony.
E, por sinal, como já acontecera nos falecidos Democratas e Partido Social Liberal, os cartolas nacionais tomaram a decisão e agora caberá às instâncias máximas de cada partido sacramentarem. O quê? O PSC morre, mas deixa de herança o número 20. Que será adotado pela nova agremiação, que mantém o nome Podemos, o maior entre os dois.
Ao se tornarem um só, em convenções convocadas já para o início de dezembro, os podemistas somarão, na nova Legislatura, a começar no início de fevereiro, bancada de 18 deputados federais e sete senadores. Será a oitava maior legenda com assento na Câmara dos Deputados.
E por que o PSC, afinal, decidiu sair de cena e entregando número e parlamentares ao Podemos? Simples, ao não eleger a quantidade mínima de deputados, nem obter votos suficientes em todo o país para manter-se, o partido de Roberto Argenta, ex-candidato ao Palácio Piratini, perderia, já em 2023, acesso aos fundos eleitoral e partidário, além de tempo de TV e a garantia nos debates de candidatos em 2024 e 2026. Simples assim.
ENXUGAMENTO. O vitaminado Podemos (com o rescaldo do PSC) não é o único caso de fusão/incorporação, por conta da cláusula de barreira não cumprida. O PROS e o Solidariedade já anunciaram idêntica união. E o Avante deve incorporar o Agir. E assim, aos poucos, se começa a enxugar o inchado quadro partidário brasileiro.
Brasília, o destino de Valdeci e Leite no primeiro dia do ano
Foto: CHRISTIANO ERCOLANI (Divulgação)
No final da tarde da última segunda-feira, o presidente da Assembleia Legislativa, o petista Valdeci Oliveira, recebeu a visita de cortesia do governador gaúcho reeleito, Eduardo Leite. Entre outros, acompanhou o tucano o deputado estadual reeleito pelo PP, Frederico Antunes (no centro da foto). Também participaram do colóquio o deputado federal reeleito pelo PSDB, Lucas Redecker, e o secretário-Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Artur Lemos Júnior.
O que se divulgou, oficialmente: o cordial encontro encaminhou a posse do Chefe do Executivo Estadual, que acontece no dia 1º de janeiro, um mês antes da entronização dos novos deputados estaduais.
O que NÃO se divulgou: a ideia, tratada nos bastidores da conversa do início da semana, de fazer a cerimônia bem no início do primeiro dia do ano, de maneira que todos, especialmente o já governador e o ainda presidente do Legislativo, possam se deslocar a Brasília e assistir à posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, o ex-tucano (hoje no PSB) Geraldo Alckmin.
Ebulição no MDB de Restinga Sêca. Que, aliás, mostra grande vitalidade
Foto: reprodução
Para entender, melhor repetir parágrafo aqui publicado semana passada: “Ah, a sucessão de (Paulinho) Salerno? Ao menos no MDB ninguém duvida quem será o candidato: Norton Soares, vereador, presidente do setor jovem nacional da sigla e atual secretário de Saúde do município.”
Pois olha, foi um forrobodó e tanto em Restinga Sêca. A começar pelo próprio Soares, que refutou o suposto favoritismo anunciado pelo colunista. Não descartou estar “à disposição do partido”. Mas ressalvou, na mesma mensagem enviada ao escriba, que “não existe nenhuma decisão sobre isso no momento”.
O fato é que além do edil, há pelo menos outros três nomes citados como potenciais concorrentes à sucessão do atual prefeito. São listados ainda o atual vice-prefeito Vilmar João Foletto (que também pode concorrer à Câmara), o igualmente parlamentar Mauro Costa e o presidente da Câmara Tiago Cantarelli (foto).
Este, por sinal, em gentil papo com o colunista, deixou clara sua intenção: “estou no 3° mandato. O mais votado da história do meu Município. Uma participação ativa em todas as comunidades. O partido sabe das minhas pretensões”.
Resumo da ópera: sobram nomes ao MDB restinguense. Bem diferente de outras comunas, onde tamanha vitalidade não é necessariamente percebida.
Paulo Pimenta, travessia urbana e pedágios nas rodovias da região
Travessia urbana. Foto: Denise Ferreira (Reprodução/Arquivo)
Pelo menos duas questões locais e regionais terão como protagonista o santa-mariense Paulo Pimenta, no próximo governo – independente da posição que o deputado federal ocupar na gestão Lula/Alckmin. E ambas no setor rodoviário. A saber:
Travessia Urbana: a presença do parlamentar, grande articulador da maior obra viária da história da cidade, com investimento superior a R$ 300 milhões, permite supor que a obra se encerre, quem sabe já em 2023.
Pedágios: haverá interrupção, para que seja reavaliado, no projeto do atual governo que prevê a instalação de mais de uma dúzia de praças de pedágios nas rodovias federais que circundam Santa Maria. Como será? Ainda não se sabe. Mas Pimenta vai influenciar.
Luneta
E O PDT, HEIN?!
Se há um partido em Santa Maria que não pode viver sem algum tipo de altercação política este, pode estar certo, é o PDT. A encrenca parece fazer parte do DNA da seção local da agremiação fundada pelo falecido Doutor Leonel. Quando tudo parecia encaminhar-se para um mínimo entendimento interno e, quem sabe, apresentar uma novidade eleitoral, no caso o ex-reitor da UFSM Paulo Burmann, eis que…
E O PDT, HEIN?!
Pois não é que, deduz-se das últimas manifestações do presidente municipal da sigla, Marcelo Bisogno, transcritas aqui na semana passada, vem aí mais uma disputa por protagonismo. Embora publicamente não se queira a confirmação, parece evidente que o próprio Bisogno, Burmann e a vereadora Luci Beatriz Duartes, como se viu na própria disputa eleitoral deste ano, não rezam exatamente na mesma cartilha.
E O PDT, HEIN?!
O incrível é que, num movimento bastante interessante, quem sabe em muito por conta de quadros universitários, o pedetismo anunciou a filiação de um punhado de docentes conhecidos por sua militância na UFSM além, também, da adesão de profissionais liberais. Isso no período imediatamente anterior ao pleito municipal de 2020. Pois não é que a grei está a caminho de, outra vez, desintegrar-se? Pois é.
O FUTURO
Foto: Reprodução
O deputado estadual Giuseppe Riesgo do Novo, apurou a coluna, assim que encerrar seu mandato, no final de janeiro, se dividirá entre atividades políticas em Brasília e Porto Alegre e a iniciativa privada, como advogado militante. Isso até, por não ter alcançado a reeleição, definir seu próximo passo que, em princípio, pode contemplar uma disputa municipal em 2024, quando terá menos de 30 anos.
PARA FECHAR!
A aprovação de projeto do vereador Tubias Callil, que permite a abertura de supermercados em domingos e feriados, é importante. Mas apenas como sinalização da vontade social, quem sabe como pressão sobre quem de fato decide: empresários e trabalhadores do setor. Se, como manda a legislação federal, as convenções coletivas permaneceram como estão, mesmo quem quiser abrir terá de fechar. Pena!